A morte chega cedo,
A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E a tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.
11-9-1933
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).
- 175.
A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E a tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).
- 175.
Nas frases do grande poeta português, a morte chega cedo! E o que fica? Tentarei refletir um pouco sobre isso.
Como era bom o tempo de Adão! Em que o homem tinha um relacionamento intenso com o Criador e por isso a morte não o assombrava, mas com o pecado do primeiro casal, Ela, à devastadora vitima inicialmente o jovem Abel ( Gênesis 4:8). A inveja de Caim foi só a desculpa, para um castigo presente. Os primeiros homens viviam até 969 anos (Gênesis 5:27), aos poucos esses dias foram diminuindo, diminuindo, como se a cada dia, ficasse-mos mais longe do Criador. Mesmo com a promessa, mesmo para os que buscavam a Deus, ficava claro, o homem não era mais o mesmo. (Gênesis 6:5).
Pois é, mas voltando a morte. Ela veio e, junto como o pecado, trouxe consequências terríveis, quase irreversíveis, a não ser porque um HOMEM trouxe paz e vida para todos os outros, o novo Adão (Romanos 5 12-18). Só que há uma questão a tratar, essas promessas por mais que sejam presentes, também são escatológicas,(futuras) ou seja, provamos da promessa agora, mas só teremos sua plenamente na eternidade.
Por isso concordo com o brilhante poeta português. A morte chega cedo! Mesmo a morte de Matusalém chegou cedo se compararmos com a eternidade, com as promessas futuras, (Romanos 8:18) mas se a morte chega tão cedo, o que fica da vida? O que podemos fazer? Talvez não consiga responder estas perguntas, mas deixarei um exemplo para pensarmos um pouco.
O maior exemplo é a vida e obra do próprio Cristo!
Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.(João 13:5)
Mesmo que este texto tenha um sentido bem muito mais amplo, gostaria de tratar sobre a humildade de Cristo, O Verbo, o Logos, o Servo: "Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou.Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes. (João 13:13-17)
A morte é certa para os homens, ó o preço do pecado, todavia a vida eterna é o prêmio dado por Deus a todos os que crêem em Cristo! (João 3:16-17)
Mas, já que sabemos que vamos morrer, e que a vida é curta, devemos viver uma vida já em sintonia com a vida futura, com a Eternidade. O exemplo de Cristo no lava pés representa essa pessoa dedicada à eternidade, não as coisas, prazeres e mimos deste mundo. Seu intuito era único, fazer a vontade do Pai. Este é um requisito ou um sinal dos verdadeiros herdeiros da eternidade "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus." (Mateus 7:21)
Que vivamos o hoje em conexão com o amanhã! Como se Cristo viesse hoje! Vivamos o exemplo de Cristo.
Se