segunda-feira, 14 de abril de 2014

Suíça: De Calvino a eutanásia


Ao falar de Suíça lembramos imediatamente de João Calvino e da Reforma Protestante, de Genebra e do grande avanço econômico e social que esse país teve, possivelmente pelos marcos protestantes cravados na sociedade. Sendo um pais pequeno e com um grande capital financeiro a Suiça destaca-se por seu um dos países credores da UE além de que, com a atual crise econômica que atinge a Europa, ilesa das consequências dessa crise, rever seu papel e sua participação na UE, pretendendo até fechar suas portas para cidadãos membros que queiram trabalhar em seu território.


Com seus pouco mais de dez milhões de habitantes  goza de estabilidade econômica, social, desejado por muitos países. O engraçado é que por mais que, sem dúvida haja, a herança dos valores protestantes em sua cultura, esses valores não são unânimes, cada ano que passa, o país torna-se mais secularizado ao ponto que pesquisadores como Olivier Favre Sociólogo das Religiões da Universidade de Laussane, dizem que o secularismo nesse país (e continente) é irreversível.
A eutanásia (do grego boa morte) que é legalizada na Suiça desde 1941, tem a cada dia, aumentado sua procura entre suíços e estrangeiros que, por terem algum problema crônico ou  outros problemas que caracterizam à aplicação da eutanásia por meio das associações de ajuda ao suicídio assistido, passou dos 7 mil casos em 2011 para 19 mil em 2014, e os dados confirmam que em todas as associações de ajuda ao suicídio assistido, são mais de 70 mil inscritos em todo país.
A maioria das pessoas que procuram as associações para receberem auxilio no procedimento da eutanásia são mulheres cerca de 60%, que não perguntam muito, enquanto os homens sempre são mais curiosos (diz a responsável por uma das associações). A justificativa das pessoas que se inscrevem para tal procedimento é que: daqui algumas horas não estará mais a sofrer e não dará mais trabalho a ninguém, ou aliviará o sofrimento.
Percebe-se que o protestantismo nunca foi unânime, nem mesmo nas partes da Europa onde a Reforma teve maior impacto.  Há dentro desses países uma forte influência do secularismo, e a educação que tanto foi usada pelos reformadores, tornou-se uma arma para legalizar e legitimar leis que os mesmo acreditavam serem pecado e que lutaram para combater.
Minha pergunta é será que a eutanásia realmente pode dar fim ao sofrimento de um doente crônico? O que dizer do texto: "aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9:27). O juízo que nos espera poderá ser pior que o sofrimento que passamos nessa vida. Pensemos e reflitamos nisso. 
Oremos pela Suiça.


fontes: RTP Portugal.