Em uma aula do Mestrado em História Medieval a professora indagou " para entender à história da Idade Média, é necessário conhecer a bíblia, em especial o Velho Testamento". Achei interessante e, cada vez mais que lia os documentos medievais de leigos ou da igreja, percebia a presença de Salmos, e de outros textos e histórias em sua grande maioria do Velho Testamento. Um historiador francês muito conhecido, destaca que a religiosidade cristã medieval está muito ligada a interpretação que a sociedade medieval, principalmente a igreja, fazia dos textos do Antigo Testamento.
Desde bem cedo a igreja Católica começou à por judaismos dentro de sua liturgia, a organização dos padres, papa, a liturgia e ortodoxia da igreja, é muito parecida com uma "resignificação" que ela vai dando ao judaismo, talvez por uma busca de legitimidade para uma instituição que tornava-se a Igreja Oficial de Roma, mas que anteriormente era um conjunto de perseguidos pelo império. O bispo de Roma, tornava-se o Papa, o sumo Pontífice, em substituição ao sumo sacerdote judaico, a hóstia é o pão asmo, e o padre o sacerdote.
Com a Reforma veio novamente a intenção de retornar ao culto pelo menos parecido aos Apóstolos, o padre (da igreja reformada) ou pastor, passou a ser simplesmente um homem que realizava o culto, mas não era intercessor, não haveria papa, conserva-se um pouco da liturgia, todavia sem excessos.
Nos últimos anos, estamos vendo um retorno aos judaismos no Brasil, será que por uma busca de reconhecimento institucional? Talvez, sim. O que percebemos é o uso de rituais parecidos aos rituais judaicos, mas com um forte teor de misticismo, usando como justificação os textos veterotestamentários.
Você pode dizer, mas isso são práticas de igrejas neopentecostias? E eu respondo, Não! Infelizmente este tipo de "culto" está entrando nas igrejas evangélicas pentecostais mais sérias como Assembleia de Deus (não essas de quatro nomes). Principalmente por influências de pregadores e pastores com a pior das intenções. Sem conhecer (ou até mesmo desprezando) a história da Igreja Assembleia de Deus no Brasil, "inventam" campanhas que não agradam a Deus e que no fim, só sobra para os bolsos dos crentes! É atrair público para pedir oferta!
Muitos dos acontecimentos do Antigo Testamento tiveram o seu valor somente para os Judeus, principalmente no que se trata das cerimônias. O concilio de Jerusalém (Atos 15) deixa claro a distinção do culto gentio e judeu, "Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue." (Atos dos Apóstolos 15:20)
Outro dia vi um anúncio no faebook, "compre sua arca da aliança, shofar, ou menorá". Até aí tudo bem! era uma igreja neopentecostal e como diz o poeta: nelas "podem acontecer tudo, inclusive nada." Mas isto está virando moda na AD, pregações voltadas para o Velho Testamento, com o intuito de forçar a aceitação do ministério do título de profeta (não do dom de profecia), pregações de "pregadores' itinerantes que prometem fazer chover até fogo do céu, (de forma simbólica) são bem comuns, todavia o interesse, na maioria das vezes, é na oferta depois do culto.
A moda agora é, tocar o shofar ou ter um candelabro, e principalmente uma arca da aliança em seus altares, "simbolizando" a presença de Deus. É uma nova idolatria, mas só que Góspel, isso pode! Condenamos os católicos por terem seus santos, mas nós podemos ter uma arca.
Não sou bom em percentagens, mas digo que 80% a 90% das igrejas Assembleia de Deus no Brasil, ainda é muito séria e não coloca essas invenções em seus altares, todavia temos uns 20% envenenados pelo neopentecostalismo, principalmente do eixo sul, sudeste, que precisam de cura. Oremos por nossa igreja.
Sinceramente estou com medo, que daqui alguns dias um destes pastores desequilibrados e com muito dinheiro, faça semelhante a Edir Macedo, um templo de Salomão ou de Herodes e ainda usando uma justificação bíblica, Claro que irá buscar no Antigo Testamento.