João Paulo II, João XXIII, Anchieta, intelectuais sim, santo não!

No dia 27 de abril de 2014,  foi realizada, no Vaticano, a cerimonia de Canonização do falecido Papa João Paulo II, e João XXIII  que agora não são mais conhecidos como Papas, mas Santo João Paulo II e Santo João XXIII além do Santo José de Anchieta padre jesuíta que contribuiu para a educação no Brasil o "Apóstolo do Brasil", que teve sua missa de canonização dia 24 de abril.

 A Prática de oração pelos mortos e a crença que eles (os mais bem aventurados) são intercessores dos vivos ao lado de Cristo é muito antiga na igreja católica, remonta ao século II ou III, Já Orígenes defendia essa prática "“O Pontífice não é o único a se unir aos orantes; os Anjos e as almas dos justos também se unem a eles na oração.” (Em “De Oratione”), Todavia, a prática só foi oficializada bem mais tarde, possivelmente na Reforma Gregoriana. O que se sabe também é que muitos dos primeiros cristãos nunca aceitaram essa ideia, e que mesmo os primeiros movimentos de "fuga do mundo" ou primeiros movimentos monásticos que remontam aos pais do deserto, não tinham o culto aos mortos como algo muito claro. Apesar de que, depois começaram a aceitar.

Em busca de uma doutrina, de uma liturgia, a não mais perseguida igreja cristã e sim oficial igreja do Roma, recebe apoio do império (século IV) e para isso faz concessões doutrinárias para agradar todos os públicos inclusive aos pagãos. Essas concessões e também a forte influência de poder político, faz a igreja tornar-se um lugar menos "radical" e mais "politicamente correto" que atingiria todos os públicos.

João Paulo II, João XXIII, tiveram seu papel na história do Estado do Vaticano, e também no coração dos fieis da sua Igreja. E o que dizer do papel como educador exercido por José de Anchieta? São homens que tiveram sua importância em seu tempo, ensinaram, pregaram a paz e levaram uma mensagem da Igreja ao mundo, mas por isso devem ser cultuados? São eles intercessores? Já falaremos sobre isso.

Segundo o G1, o Vaticano afirmou que a cerimonia seria simples, pois na beatificação de João Paulo II em 2011 foram gastos  $ 1.600,00, agora deve-se conter estes gastos. Minha pergunta é: O que se poderia fazer com $ 1.600,00? Os programas sociais da própria Igreja agradeceriam muito. É um gasto talvez desnecessário, e isso me faz refletir sobre o papel da Igreja e do Papa. Quando alguns evangélicos começaram a elogiar esse novo Papa, eu fui um dos que fiquei de "orelha em pé", não por ele ser Argentino, pois gosto muito dos nossos vizinhos (Sou  mais Messe que Ronaldo). Mas, por acreditar ser ele, um tipo de populista, um dia canoniza dois populares Papas, outro dia pousa com a Bandeira LGBT e coisas do gênero. Sem sombra de dúvida é possível usar um certo bordão da TV: "Lá vem o golpe!".

Voltemos a canonização, o que a bíblia diz sobre isso?

Em relação a bíblia, ela é clara totalmente contra a canonização de homens, os "amigos de Cristo", que ficam ao lado dEle intercedendo ao Filho para interceder ao Pai, um clero celestial não tem base na bíblia (que deveria ser a base de todo Cristão).

Nossa oração deve ser apresentada ao Pai, por meio do Filho (Mateus  6: 7-13), sendo Ele (o Filho) nosso único intercessor (1 João 2.1). Assim posso dizer que essa doutrina é mais pagã que cristã.

A justificativa da necessidade de intercessores por conhecerem nosso problemas e dificuldades é no mínimo tola, os textos sagrados dizem: "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado." (Hebreus 4:15). Ele não precisa de ninguém para dizer nossas fraquezas ao Pai, pois ele mesmo as conheceu, mesmo sem pecar, sabe como é difícil  para o homem pecador  resistir e por isso nos entende.

A noção de santidade é separação! Um termo muito usado pelos apóstolos para definir  os cristãos verdadeiros, Paulo usava frequentemente o termo (do grego hagios) "Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César." (Filipenses 4:22) ou Todos os santos vos saúdam. 2 (Coríntios 13:13). Ser santo é um dever de todo cristão," Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;" (1 Pedro 1:15). É ser separado do mundo de pecado. Quem nos santifica é a obra redentora da santíssima trindade, exercida pelo pai através do filho por intermédio do Espírito Santo.

Perceba que não sou contra aos ritos católicos, acho que todos devem ter sua liberdade religiosa. Todavia como cristão sou levado a defender os textos sagrados, que é o manual da fé cristã. Só através da verdade chegamos a Cristo.  "Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade." (João 17:17). A doutrina da canonização, desde muito cedo vem sendo usada como uma medida mais política popular que religiosa. Que o Francisco sabe fazer muito bem. Oremos pela comunidade Cristã em todo mundo. Que Deus tenha misericórdia de nós.