Infelizmente este não é um assunto dos mais "saborosos" a ser falado, mas sem dúvida há provas históricas dos excessos cometidos pelos protestantes no Século XVI, a vergonhosa "Inquisição Protestante". O caso mais famoso é o do promissor Médico espanhol Miguel Servent Griza ou Michael Serventus, "El 27 de octubre de 1553 Miguel Servet, español de Aragón, como él se definía, humanista, médico, filósofo y teólogo reformador nacido en Villanueva de Sijena, en la provincia de Huesca, fue quemado vivo por los calvinistas de Ginebra"¹.
Como a boa justificativa dada pelo H. Henry Meeter Center for Calvin Studies "A execução de Servet, em Genebra causou longa discussão tanto entre os estudiosos como entre os leigos. As avaliações variam de uma consciência, e de circunstâncias históricas que tornaram difícil para os genebrinos chegarem a um veredicto que não fosse este. Há muitas críticas e indignação em relação a João Calvino por seu papel na morte de Servet.
A condenação de Servet a morte, foi um acontecimento histórico resultante profundamente de pontos de vista teológicos, sociais e políticos, arraigados na sociedade da época, que para à sensibilidade do século XXI pode parecer extrema ou na melhor das hipóteses estranho.
É verdade que Calvino e seus colegas pastores em Genebra estavam envolvidos na morte de Servet. No entanto, seria difícil encontrar qualquer líder de igreja no século XVI que defendia uma abordagem mais suave. Lutero chamou de ataques a Revolta dos Camponeses Alemães e escreveu um trato com raiva contra os judeus, chamado " Sobre os judeus e suas mentiras " . Zwingli , o reformador de Zurique, apoiou a execução por afogamento do líder anabatista , Felix Manz. Sir Thomas More, o "Lord Chancellor" da Inglaterra católica, presidiu a execução daqueles que para ele, eram vistos como "hereges" na Inglaterra durante o reinado de Henrique VIII. Cada país da Europa no século XVI, sentiu que defender seus pontos de vista religiosos envolvidos tomar medidas fortes contra os que discordam. A tolerância e a aceitação das diferenças doutrinárias simplesmente não eram conceitos válidos para o século XVI.
Usando um bom conceito histórico, os "esquemas mentais" da época não permitiam outra coisa que não fosse a pena de morte aos hereges, a final, estamos falando do século XVI e não do XXI.
Por mais que esse assunto não seja um dos mais agradáveis a ser falado, não pode ser negado, só por um crente muito fervoroso, um desses que quer implantar a liturgia reformada do século XVI no atual século. Contudo não podemos condenar João Calvino por um erro. Ele era um homem do seu tempo, assim como David. Cometeu um erro que o perseguiu por toda a vida e até depois da morte com a repercussão negativa deste e de outros fatos. O que também não é correto esconder esse erro, pois é através do erro e principalmente dos acertos de grandes homens que nós aprendemos.
Infelizmente hoje, alguns (muito poucos) protestantes travam uma verdadeira "guerra santa" contra os evangélicos, como verdadeiros discípulos do Século XVI, como uma forma de legitimar, de se afirmar, todavia acho desnecessário, pois o calvinismo é um dos sistemas filosóficos, teológicos que mais influenciam o mundo até hoje.
O erro de Calvino deve ser confessado por nós cristãos modernos, todavia sua teologia e vida dever ser lembrada, sendo o próprio João Calvino, um dos principais cérebros do Século XVI.
Referências:
https://www.calvin.edu/meeter/resources/servetus.htm
http://www.miguelservet.org/mensaje.htm